Diferença entre Black, Gray e White Box: Qual escolher?
- Douglas Leal
- 3 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de mai.

Quando se fala em teste de intrusão (pentest), muita gente pensa apenas em “simular um ataque” para encontrar vulnerabilidades. Mas o que nem todo mundo sabe é que existem abordagens diferentes para executar esse teste — e entender isso faz toda a diferença no sucesso da sua estratégia de segurança.
As três abordagens mais conhecidas são: Black Box, Gray Box e White Box. Cada uma delas tem um nível diferente de acesso às informações do sistema e simula um tipo distinto de atacante. Neste post, vamos explicar a diferença entre elas, quando utilizar cada uma e como elas impactam o resultado do pentest.
O que são abordagens de pentest?
As abordagens de pentest dizem respeito ao nível de conhecimento prévio que o especialista recebe sobre o ambiente que será testado. Isso influencia diretamente:
O tipo de ameaça simulada
A profundidade dos testes
O tempo de execução
Pentest Black Box: o olhar externo
O Pentest Black Box simula um atacante externo que não possui nenhuma informação prévia sobre a aplicação ou infraestrutura da empresa.
🔍 Características principais:
Nenhum acesso interno ou credencial fornecida
O foco é identificar portas abertas, falhas de autenticação e exposição de dados
Utiliza técnicas de reconhecimento, footprinting e fuzzing
🎯 Indicado para:
Testar perímetro externo da empresa (ex: servidores, sites)
Simular ataques reais de hackers desconhecidos
Avaliar o que está visível para o mundo externo
📉 Limitação:
Pode não encontrar vulnerabilidades internas profundas, por falta de acesso.
Pentest White Box: acesso total
O Pentest White Box é o oposto do Black Box. Aqui, o especialista tem acesso completo ao sistema: código-fonte, diagramas de arquitetura, banco de dados, credenciais e até suporte técnico da equipe.
🔍 Características principais:
Alta profundidade nos testes
Identificação de falhas lógicas e estruturais
Simula um ataque vindo de dentro (ex: insider ou ex-funcionário malicioso)
Permite uso de ferramentas automatizadas + análise manual profunda
🎯 Indicado para:
Aplicações críticas e com alto volume de dados sensíveis
Validação de segurança de software antes da produção
Análise de código seguro (secure code review)
📈 Vantagem:
Máxima cobertura possível
Pentest Gray Box: o meio-termo
O Pentest Gray Box é uma abordagem intermediária. O especialista recebe acesso parcial, como um login de usuário comum, documentação básica ou informações superficiais sobre a infraestrutura.
🔍 Características principais:
Simula um invasor com algum conhecimento interno
Testa a escalada de privilégios e movimentações laterais
Muito comum em ambientes com múltiplos níveis de acesso (usuário, admin, visitante)
🎯 Indicado para:
Testar aplicações com diferentes perfis de usuário
Simular um colaborador mal-intencionado ou parceiro externo com acesso parcial
Avaliar a robustez dos mecanismos de autenticação e autorização
Comparativo entre Black, Gray e White Box
Critério | Black Box | Gray Box | White Box |
Nível de acesso | Nenhum | Parcial | Total |
Profundidade | Superficial a média | Média a profunda | Máxima |
Simula | Hacker externo | Usuário malicioso | Desenvolvedor insider |
Tempo de execução | Rápido | Médio | Mais demorado |
Custo | Mais acessível | Intermediário |
Qual abordagem de pentest é melhor?
Depende do objetivo do seu teste. Para empresas que estão começando a estruturar sua segurança, o Black Box pode ser uma ótima forma de identificar o que está mais exposto. Já o White Box é ideal para garantir a segurança total de aplicações críticas. O Gray Box traz o equilíbrio entre profundidade e realismo, sendo a abordagem mais utilizada atualmente.
🔐 Recomendação prática: muitas empresas optam por combinar duas ou até três abordagens, especialmente em ambientes complexos.
Conclusão: a abordagem certa protege mais
Escolher entre Black Box, Gray Box e White Box é mais do que uma decisão técnica — é uma decisão estratégica. Cada abordagem oferece uma visão diferente das vulnerabilidades do seu sistema. Ao entender essas diferenças, você se prepara melhor para lidar com ameaças reais.